domingo, 25 de julho de 2010

Guerra a vista?

Nos últimos meses, agravadas pelos últimos dias, tem-se visto diversas divergências tomarem conta do cenário internacional. O que será do futuro?

Começando “pelo início”, nos últimos meses a tensão entre EUA e aliados contra o Irã e suas supostas tentativas de desenvolver armas nucleares foi vastamente noticiada e fez surgir o questionamento da real intenção do Irã, que é acusado de tentar desenvolver as tais armas nucleares, mas afirma veementemente que quer apenas enriquecer urânio visando à produção de energia (esse tema está mais bem desenvolvido em outro post deste blog – clique aqui para vê-lo). Resumindo, o Irã, diante das acusações norte-americanas, assinou um acordo com Brasil e Turquia, no qual o urânio seria enriquecido na Turquia e então enviado de volta ao Irã, de maneira a ter-se o controle do enriquecimento do urânio e consequentemente do suposto desenvolvimento de armas nucleares. Os EUA não aprovaram o acordo e declararam sanções negativas ao Irã.

O segundo ponto de destaque é o velho conhecido problema entre EUA e Coréia do Norte. Os EUA e seus aliados desaprovam as atitudes provocativas da Coréia do Norte e aplicaram sanções negativas a ela, pois gostariam que a Coréia do Norte voltasse às negociações de desnuclearização. A Coréia do Norte é acusada de atacar um navio de guerra sul-coreano, matando 46 marinheiros, mas nega o envolvimento. Os norte-coreanos, por sua vez, ameaçam uma “resposta física” caso os EUA e a Coréia do Sul iniciem as manobras militares planejadas para iniciar na próxima semana nas águas do Mar do Japão.

O terceiro ponto é a questão da independência do Kosovo, numa área extremamente delicada, a da antiga Iugoslávia, palco de diversas carnificinas por conta de questões étnicas. A Sérvia não reconhece a independência, que conta com 34,37% de aprovação pelos países. Os EUA reconhecem. A Sérvia promete criticar a independência do Kosovo.

O quarto ponto é a questão mais atual, que é o rompimento de relações da Venezuela com a Colômbia. Após o presidente que está deixando o poder na Colômbia, Alvaro Uribe, fazer uma acusação de que a Venezuela está abrigando em seu território guerrilheiros das Farc e do ELN (Exército de Libertação Nacional), o presidente venezuelano, Hugo Chávez, declarou o rompimento de relações com a Colômbia e disse que, de fato, existe a presença das Farc mas não há apoio a elas. O presidente que está prestes a assumir na Colômbia, Juan Manuel Santos, ensaia uma reaproximação com a Venezuela, porém vê o atual governo do país conflitando-se com Chávez. A Venezuela nega as acusações e diz que Uribe é mafioso. Os países sul-americanos, liderados pelo Brasil, preocupam-se com a tensão e já pensam em uma assembléia para resolver os problemas. Como não poderiam faltar, os EUA se metem e, com toda sua parcialidade, declaram apoio à Colômbia. Acertadamente, o Brasil quer tirar os EUA do “jogo”, retirando o problema da OEA (Organização dos Estados Americanos) e passando para a Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

É evidente a onipresença dos EUA em todas as questões, pois, como sempre, têm que dar o seu pitaco. Mas o preocupante é que todas as regiões  estão envolvidas em conflitos: Oriente Médio, Ásia, Europa (que ainda conta com as crises econômicas de Grécia, Portugal e Espanha), Américas, além das guerras civis na África.

Guerra a vista?