Estamos em ano de disputa eleitoral para presidente dos
Estados Unidos (EUA) e vemos notícias o tempo todo falando de vitórias de uns e
outros candidatos em determinados estados. Mas para estarmos mais antenados com
o que acontece na agitada disputa presidencial, precisamos entender como
funciona o confuso processo para escolher o próximo presidente da única
potência mundial.
Como os EUA são uma federação, os estados têm direito a
organizar o processo de votação como eleições primárias (também chamado de prévias)
ou “caucus” (não há tradução para o português). Independente do tipo de
votação, esta é só a primeira fase das eleições, isto é, aqui ainda está sendo
escolhido o candidato que vai representar o partido na eleição presidencial.
As eleições primárias são formatadas como uma eleição
convencional (para nós, brasileiros). O único fato curioso é que, em alguns
estados, a eleição é chamada de primárias fechadas, isto é, apenas os eleitores
filiados a algum partido podem participar. Consequentemente, primárias abertas
são o modelo no qual qualquer cidadão pode votar.
O outro processo é o chamado “caucus” (também pode ser aberto
ou fechado), onde os eleitores votam em delegados, que, posteriormente, na
convenção nacional do partido votarão em um dos candidatos. O detalhe é que o
delegado não é obrigado a seguir o candidato do eleitorado, mas, geralmente, seguem
sim. Este formato não é, então, um voto direto para os eleitores. E outra
observação curiosa é que os votos dos eleitores nos delegados ocorrem num tipo
de assembleia, onde ocorre conversa entre os eleitores, de forma que pode ser
que um convença o outro a votar em determinado candidato, em detrimento de
outro.
Agora sim chegamos à segunda fase, onde será eleito o
presidente dos EUA. Novamente, é de forma indireta para o eleitor. No dia das
eleições, o eleitorado vota em representantes que votam no seu candidato.
Representantes escolhidos, é formado um colégio eleitoral, onde cada
representante (cada estado tem sua cota de representantes baseado no tamanho da
população) vota no seu candidato a presidente. São 538 representantes nesse ano
de 2016, sendo que é necessário ter a metade mais um para se eleger, ou seja,
270 votos. Porém, há mais um detalhe: a maioria dos estados funciona no sistema
“the winner takes it all”, quer dizer, se um estado com 20 representantes tiver
12 votos para o candidato A e 8 para o B, o candidato A recebe a totalidade dos
votos do estado (20). Então, pode ocorrer de um candidato ter mais votos de
representantes, mas perder por conta desse sistema.
Em caso de não obtenção dos 270 votos por nenhum candidato, a
decisão vai para a Câmara dos Deputados, cada estado tendo direito a apenas um
voto.
Confuso, né?
Um comentário:
Realmente essas eleições americanas deixam qualquer um confuso! Quando eu ligo a TV, ouço falar nessas várias fases do pleito americano, mas, sinceramente, nunca entendi.
O mais importante é o retorno das publicações neste blog, que sempre levanta questões interessantes. Espero que o autor continue postando! Valeu....
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