terça-feira, 1 de maio de 2012

Cotas raciais: justas ou injustas?



E mais uma vez a questão das cotas raciais entrou em pauta no dia-a-dia do brasileiro. Foi aprovado no dia 26 de Abril de 2012, no Superior Tribunal Federal (STF) por unanimidade (10x0) a adoção de políticas de reserva de vagas para garantir o acesso de negros e índios a instituições de ensino superior em todo o território brasileiro. A questão havia sido levantada pelo partido DEM que questionou o sistema de cotas da UnB (Universidade de Brasília).
Esta questão é bem complicada de se tratar por ser de certa forma um tabu, visto que é de praxe ter receio de ser contra e ser tratado como racista. Mas penso que não devemos nos omitir das questões importantes que cerceiam a nossa sociedade. O meu ponto de vista é claro, sou contra a prática da reserva de vagas, as chamadas cotas, para negros. Especificamente para negros, pois concordo com as cotas para índios que, estes sim, possuem difícil acesso a uma educação de qualidade, isto é, quando têm acesso a educação, além de serem os precursores do que hoje chamamos de Brasil, tendo sido espremidos até se tornarem uma grande minoria no país. O índio historicamente foi escravizado, morto e quase extinto do nosso Brasil.
Sou a favor de cotas sociais, porque o pobre dificilmente terá acesso a uma boa educação. O que caracteriza o branco ou mestiço como menos capaz que o negro? A cor da pele influencia no intelecto? Quem disse que todo negro é pobre? Conheço muitos negros integrantes das classes A e B, melhores situados na educação do que muitos brancos, mestiços, ou seja, lá a cor que for. A verdade é que todos somos capacitados, independentes de cor. Eu considero mais preconceito tratar o negro como um pobre coitado que precisa de regalia para poder "ser alguém" do que tratá-lo como igual em relação ao resto da sociedade. Se a maioria dos pobres é negra, então vamos instalar a cota social, porque assim estaremos alcançando a parte realmente afetada, a pobre. A solução mais emergencial é a melhoria do ensino de base, porque ele dará ao pobre, negro, índio, mestiço, branco etc. a possibilidade de competirem em igual condição educacional a vaga para uma universidade. Dizem ser a cota racial uma medida de curto prazo, mas isso dá a chance do não investimento na educação de base com a justificativa de já haver uma maneira de amenizar essa diferença.
Mais uma vez declaro minha opinião de que a reserva de vagas para negros são nada mais que outra forma de racismo, sendo mais enfático, é um "apartheid", onde negros e índios são diferidos por uma suposta capacidade intelectual.
E você, é a favor ou contra? E por quê?

6 comentários:

Leandro disse...

ótima postagem, atual e etc.

seguinte, concordo plenamente com vc.

Eles precisam de educação sim, mas tanto quanto qualquer outro.

Diogo Marques disse...

Antes de ler seu post, acreditava que era justo a reserva de cotas para negros e índios, mas depois da leitura, percebi que, na verdade, realmente é o pobre - em sentido literal - que merece acesso privilegiado à educação de bom nível, uma vez que a oportunidade não lhes foi concedida durante o ensino fundamental e médio. Ser negro não é o mesmo que ser pobre, portanto estes devem lutar, assim como os outros, pelo seu lugar ao sol.
Com relação aos índios concordo com você.
Conclusão: mudei de opinião ao ler seus argumentos e concordo com você.

Excelente artigo!

Douglas Almeida disse...

Obrigado pelos elogios, Leandro e Diogo!

biopdf disse...

Uma questão muito relativa que a mídia deixa as pessoas com a consciência pesada com a questão muito bom o texto parabéns

Anônimo disse...

"O que caracteriza o branco ou mestiço como menos capaz que o negro? A cor da pele influencia no intelecto? Quem disse que todo negro é pobre? Conheço muitos negros integrantes das classes A e B, melhores situados na educação do que muitos brancos, mestiços, ou seja, lá a cor que for. A verdade é que todos somos capacitados, independentes de cor. Eu considero mais preconceito tratar o negro como um pobre coitado que precisa de regalia para poder "ser alguém" do que tratá-lo como igual em relação ao resto da sociedade." Concordo plenamente, esse trecho sintetiza todo o contexto e realidade dessa questão. Já foi provado, cientificamente, pelo Projeto Genoma, que todos os seres humanos são iguais, e que a única raça existente é a humana, sendo as outras, portanto,etnias. Isso comprova que todos nós temos capacidade e que a cor da pele não influência no intelecto.

Ygor Sthefan disse...


parabéns pelo empenho nesse site,
ta ficando legal.
e concordo inteiramente com você quanto a cota para negros nas universidades, não passa de uma forma de racismo maquiada.

Forte Abraço.