Em pleno século XXI, tantos anos após a Guerra Fria que
dividiu o mundo em três esferas – zona de influência estadunidense, zona de
influência soviética e MNA (Movimento dos Não-Alinhados) –, o mundo ainda
possui conflitos localizados e sazonais sobre disputa de território, neste
caso, uma situação advinda exatamente da Guerra Fria.
Por esses dias, lendo notícias internacionais, me deparei com
uma notícia de cessar-fogo do Azerbaijão contra a Armênia e me questionei “nem
sabia que estava tendo um conflito lá”. Então, fui buscar informações e agora
venho aqui lhes apresentar.
Nagorno-Karabakh é uma região situada geograficamente no
Azerbaijão, porém ocupada por uma mistura étnica de azeris e armênios (maioria),
dominada por um grupo separatista da maioria, e que foi palco de disputa entre
os dois países por anos entre as décadas de 1980 e 1990. Em 1994, foi
inaugurado um cessar-fogo, que é interrompido vez ou outra por pequenos
incidentes. O presidente russo, Vladimir Putin, pede que os lados respeitem o
cessar-fogo quando conflitos maiores ocorrem – a Armênia possui apoio de Rússia
e Irã, enquanto o Azerbaijão tem relações bem estabelecidas com Israel e
Turquia.
Recentemente, o presidente russo teve de solicitar novamente
que fosse respeitado o armistício, pois os países e o enclave separatista
entraram em um conflito maior do que os incidentes pontuais. Mísseis foram
lançados e soldados foram mortos até que no domingo, dia 03 de Abril de 2016, o
Azerbaijão anunciou o retorno ao cessar-fogo de forma unilateral, apesar de
informar que o embate pode continuar se a Armênia não parar. Tanto a Armênia
quanto o grupo separatista não deverão aceitar a mudança na linha estabelecida
no armistício, proporcionada pelo avanço das tropas azeris. Estas últimas
conseguiram o controle de uma região montanhosa estratégica ao redor de aldeias
em Nagorno-Karabakh.
Ontem, dia 05 de Abril de 2016, o Azerbaijão e o grupo separatista da região anunciaram um cessar-fogo. Isto ocorre no mesmo dia em que estava prevista uma reunião do grupo de Minsk para tratar do problema no âmbito da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
Aguardemos os próximos passos! Mas tudo parece caminhar para a resolução, ao menos (mais uma vez) provisória.
Aguardemos os próximos passos! Mas tudo parece caminhar para a resolução, ao menos (mais uma vez) provisória.
2 comentários:
Como você disse: em pleno século XXI ainda temos este tipo de conflito... sinceramente eu não tinha conhecimento deste em particular, mas sei que, no mundo, há dezenas de questões mal resolvidas que provocam esse tipo de conflito. Pior é que um país como a Rússia, ao invés de mediar a paz, apóia (ou incentiva, como queira) "A" ou "B". Claro, isso não é privilégio dos russos.
Guerras, pequenos conflitos e quaisquer outros tipos de luta armada movimentam um importante comércio que enriquece e aumenta o poder de influência de grandes empresas, com o apoio de grandes nações: o comércio de armas, principalmente as do mercado negro.
O problema entre Armênia e Azerbaijão é cultural, precisa de diálogo, acordos, embargos econômicos (se for o caso), e não de guerra.
Obrigado pelo comentário!
Bem colocado! Não é necessário guerra.
Entretanto, somente para frisar, a Rússia não está apoiando a Armênia. Ela tem boas relações com o país, mas pediu que o cessar-fogo seja respeitado por ambos os lados.
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